sábado, 18 de setembro de 2010
Abelha, caravele e eu.
Do mel de teus cabelos
Em negro mar,
O mar das esferas
A caravela
Minha
Insiste
Em auxilio aos sonhos
Perdemos os portos
Por amar mais a brisa
Pura do sonhar
Insistimos como a abelha
Abelha
Caravela
E eu
Todos mal ancorados
Nos vazios deixados pelo mundo
Sonhos rabiscados
Bem sabes que são riscos?
Apenas riscos, mas de significado!
Pois a muito este veleiro
De caravela
Carrega por mares o coração
Navegante insistente
Como a abelha
Pelo mel de teus cabelos.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Primeiro baile
De doce amanhecer singular
Para min. a mais bela
Contigo o piano é par perfeito
Galáxias há por ali
Em mil versos descrição
Não cabe
Meus anjos e dragões
Tuas belezas desmerecem
Pois cada virgem amanhecer
Tu nasces mais bela
Como a caixinha de musica aberta
É encantadora e misteriosa
Como o universo
Soberana de meu quarto
Pois possui as belas bailarinas
Desde a primeira hora do concerto
E a cada fatia de sol
Que virgem amanhece
Com a flauta
O coração levanta
És suave e poemas
Por mais melosos
São rancorosos
Com doce simplicidade
Primeiro baile de galáxias
Matinais.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Branco açúcar, escura queda.
Uma queda de inexistências
...Inconsistências
Cortinas embaraçadas
Quase imperceptíveis
Vistas a um olhar
De uma única fatia de sol
Sonho no olhar
Com as cortinas
Se entregando a força
De escuras estrelas
As cordas sendo consumidas
Em movimentos de ondas
E espirais
Cortinas de cordas
Em fuga de nosso contato
Micro resumo
Da imensa caixa
Desconhecida
São febre
E um piano de corda
Branco açúcar
Do imaginário
Vapor.
Pedro A.R. Furtado, julho de 2010.
domingo, 20 de junho de 2010
Amores e Roubos
Surdos estão os radares
Tudo a pirataria
Destes dias toma
Roubos e amores
Iguais são
De surdos parafusos
Os soltos captadores
De torrões de açúcar
Acordes
Salgados os personagens
Dos ciclos de horas
De nossas vidas
Tardes, anoitecer e manhãs
Tão convencidos
Pelas fichas e vistas
“Leituras” e leituras
Mal sabem que nem todas
As orbitas estranhas
Daqui estão longe
Convencem-se por traços
E mal traçados versos.
De belos epiciclos
O olhar encantado
Que ainda ousa medir-se
Atenta ao diferente
De amores e roubos
Perfeitamente iguais.
Pedro A. R. Furtado, 19/06/10.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Soís, Torrões de açúcar, Loucos e outros.
Só observando,
Como aquelas gigantes esferas,
Rodavam em espiral,,
Eram como galáxias em uma batedeira,
Como um bolo de mundos,
Como torrões de açúcar coloridos,
Alguns de nós sobre o balcão
Perguntavam quem serão os convidados
Quando a festa chegar.
Outros deliravam com a imensidão
Tão grande era aquela massa
O que aconteceria depois?
Decompúnhamos soís e estrelas,
Torrões de açúcar,
Em fichas, escalas e cafezinhos,
Por mera defesa alguém
Ligou o rádio em uma canção
Desconhecida
Os mais fanáticos
Ouviam códigos
Os crentes hinos
Os céticos prendiam-se a cálculos
A massa batia, rodava, mudava
Até que momento?
Em delírio cada um fazia a composição
E a decomposição de sua vida
Estávamos lá,
Torrões de açúcar,
Soís,
Esferas,
Loucos,
Crentes,
Céticos,
Eu sonhador,
Ousava tentar descrever
No movimento que se fazia,
Decompunha a carniça
De um poema.
Pedro A.R. Furtado, 04/05/10.
Pó
Confesso tenho virado pó
Caio diariamente
No poço do lugar onde moro
Só esperava me alucinar
Porem tenho idéias de pó
Sentidos de pó
Vontades de pó
Ao vento queria me largar
Pelas ruas se espalhar
Mas no poço úmido
Sinto-me o nojo d’água
Quem rouba sua
Virtude cristalina
Sou apenas pó vago por
Todos os horizontes
Mas obra nenhuma concretizo,
Sou pó que foge ao concreto
A purpurina que escapa aos carnavais
A sujeira que não ousa ocupar móvel algum
A erva intragável
Mas por fim a terra inocente
Que foge a avalanche.
Pedro A.R. Furtado, 18/02/10.
Sussurro
Pode até mesmo ser grande
A brisa que move um pontinho
Na imensidão
Mas o pontinho a nós enorme
Pouco é por mais mel
Que nas colméias pareça haver
A grande colméia não está ancorada
E ancora não pode se
Mas se consola isso é belo!
Dos porta copos dos consoles
Aos sois do universo, nada está
Ancorado perante a força do tempo
Nada se não o bastão que se prende
A sua obrigação cruel,
E fica a sussurrar,
Pois tudo é sussurro,
É só ele sabe!
Pedro A. R. Furtado, 01/03/10.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Engrenagens
Ou a lua dessas noites
Lá
Há também
Engrenagens que carrego
No peito
São sufocadas
Maquinas
Descontroladas
Peças enlatadas
Em cheios
Vazios
O manto que as cobre
Não têm cruzeiros
Só as nuvens
Desta lua coberta
Pela irregular margem
Do poema
Já amassado
Em seus traços
Amassados os traços
A luz da lua desejam
Roubar...
Eis o verdadeiro inútil
Amor...
Paixão.
Pedro A. R. Furtado, 30/05/10.
sábado, 22 de maio de 2010
Alguns Versos
Olhe ao menos um instante
Com os olhos cegos
Ao horizonte
Perceba
Caminhe
O espiral corre ao centro
Em doces curvas
Que toma do espaço
Imagine
O percurso
Por ele sem tocar deslize
Tome pelos olhos as cores
Como bagagem
Leve ao vazio
Apenas brisa
Que ela seja lembradamente
E sutilmente
Doce
Para compor
Tal bagagem
Prenda por aqui os desgostos
Assim leve só versos
Encha os pulmões de poemas
Lembre-se
Desta vida dividida
Leve as margens
Aquilo que versa a vida
Os versos de sonhos meus
Os versos de sonhos seus
O que há de puro
E belo
Não leve os atos
Os fatos
Deixe os jornais
Esqueça os livros
Leve o que há de mais humilde
Versos de amor
Amores que em versos
Nascem e
Em versos morrem
São versos de margem
Paixão
A vida estão
Apenas como arte
Inútil
Necessário
Encha os pulmões
Lembre
Do horizonte
Imagine
O verso
Como ar.