quinta-feira, 31 de março de 2011

Flauta de vento

Vapor
Descortine
O infinito
Onde ele acaba

Que seja roubado
Pelo horizonte
O universo

Mas que neste
Assalto se mostre
Ao longe
A utopia
Sólida.

Que a vista
Seja completa
Da caravela
Perdida no mar
De horizontes

Pela janela
A utopia se mostra
Viva e luminosa
É de fato um grande baile!

A flauta de vento
Reina soberana
Sobre o descortinado
Infinito
Até seu fim.

É uma flauta
Esculpida pelos anjos
Branca como a mais
Lendária cidade de mármore!

Sólida como foi Tróia
Amável como o mais puro
Coração

É vento
E dedilhado
Mármore e brasa
É fogo
Queimando ao tempo
Apenas
Uma flauta de vento
Reina sobre nós!

Pedro A.R.Furtado.

Café da manhã

Devia parar de me colocar
Nestas histórias matinais
De ser o jornal sobre o balcão
Em romances de café da manhã
Quando a chuva começa a cegar o chão
E rasgou o manto do céu
Devia esquecer a teoria das cordas
Que está na fumaça do café
Em vapor
Mas parece que está curva
Desliza também lá fora
E em Andrômeda
Andrômeda entre estrelas.


Pedro A.R.Furtado.